Todos somos curiosos. O simples fato de você continuar esta leitura mostra o quanto a curiosidade nos move. Fazemos isto o tempo todo, e em diferentes ocasiões. Em nossas relações sociais, por exemplo, é difícil não usarmos perguntas como: “Quem é você? De onde é?”
A curiosidade acompanha a humanidade há muito tempo, e foi graças a ela que chegamos a um estágio extremamente complexo do desenvolvimento tecnológico, que permitiu vivermos cada vez mais, e de forma mais confortável. Prova disto é a sensação de desconforto que sentimos quando esquecemos o celular em casa.
Uma curiosidade que acompanha muitas pessoas, principalmente jovens universitários, gira em torno de seu futuro profissional. Algo bastante compreensível já que ouvimos desde crianças a pergunta clássica, “o que você vai ser quando crescer?”. Nos limites da criatividade e conhecimento infantil, as respostas mais comuns são sobre as profissões mais conhecidas e comentadas na mídia, como Médico, Jogador de Futebol, Modelo, entre outras.
Poucas crianças dizem querer ser designers, apesar de a maioria adorar as aulas de Artes, e seu conteúdo como desenho, pintura, colagens, e etc. Uma explicação possível, esta relacionada à atualidade do termo no Brasil. Ele desembarcou como muitos outros produtos importados das culturas de língua inglesa, durante o século XX. O que conseqüentemente gerou, e ainda gera muitas confusões e usos indiscriminados.
De acordo com o especialista em história da arte, Rafael Cardoso, em seu livro Uma introdução à historia do design (2008), o termo Design possui uma ampla possibilidade de significados, podendo se referir tanto a ideia de planejamento, desígnio, finalidade, quanto à configuração, arranjo e estrutura. Talvez pensar no Design como um exercício de materializar os conceitos e ideias da humanidade no sentido de oferecer soluções para um determinado problema, nos ajude a começar a compreender o assunto.
Basta imaginar como seria chegar pela primeira vez em uma grande cidade e tentar pegar um metrô sem um sistema de sinalização eficiente. Certamente, a chance de chegarmos em um lugar completamente diferente do desejado, seria muito grande. Ou mesmo uma atividade simples como ir ao supermercado seria bastante complicada caso não houvesse rótulos nas embalagens, ou muito menos existisse a própria embalagem.
O Design esteve presente em todo o desenvolvimento histórico da humanidade, assim como a própria figura do designer. No entanto, o embrião para o atual profissional surge no contexto das grandes fábricas e sofre transformações que o levará de figura operária para profissional liberal distante do processo produtivo de uma indústria. Isto se tornou possível com a organização das primeiras escolas de design no século XIX, e proporcionou um processo de institucionalização crescente durante o século seguinte.
De fato o Design Gráfico já atingiu certa maturidade institucional e atualmente no Brasil a formação é oferecida por uma grande quantidade de Universidades, Faculdades e Cursos Preparatórios. Assim como, a partir da internet, o Design Gráfico passou a sofrer profundas transformações com a ampla divulgação de softwares para criação como Photoshop, Illustrator e CorelDRAW. É inegável, que atualmente, um grande número de pessoas possa desenvolver suas habilidades artísticas e criativas e participar ativamente de praticamente todo o processo de criação sem necessariamente ter freqüentado um curso superior.
Para algumas pessoas existe uma espécie de critério para a definição do profissional de design, sendo dignos de tal nomeação somente os profissionais com titulo superior. Compartilhamos da opinião que este tipo de classificação possui mais um caráter ideológico e corporativista do que qualquer fundamento empírico.
Mais do que ficarmos nos dedicando a definir quem é ou não designer com parâmetros ideológicos, ou não, devemos direcionar nosso olhar para o que está sendo feito, buscar inspiração no talento de quem o realiza, e manter viva a proposta que acompanha o design em todo o seu desenvolvimento: Oferecer soluções para determinadas dificuldades humanas, tendo a criatividade como aliada.
Não devemos esquecer que a curiosidade e criatividade são grandes parceiras e, para aqueles que souberem utilizá-las com originalidade, proporcionará notoriedade e sucesso.
Para você que ainda está curioso sobre seu futuro profissional fique tranqüilo. As pessoas mais talentosas e bem sucedidas são antes de tudo, curiosas…
Curioso para saber mais? Não deixe de acompanhar os artigos semanais no site.
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