Baseado em fatos Reais
Era uma vez, um anúncio de varejo, Ele viva em uma cidade com outros anúncios institucionais, lindos e premiados. Todos se gabavam de seus layouts ousados, seus títulos engraçados ou de suas assinaturas impactantes. Mas ele, tadinho, era só um anúncio de varejo cheio de “gerentes pirados” e “preços imbatíveis”. Os outros anúncios viviam caçoando dele: “pra quê tanto texto legal? Afinal, o que é que ele tem de legal” E todos riam debochando de seus splashes e cores berrantes.
Na escola, o anúncio de varejo era sempre o último a ser escolhido no time de futebol.
Todo dia ele era algo de alguma piada. Uma vez, pregaram um bilhete em suas costas, escrito “imperdível! Última oportunidade para chutar a minha bunda. Venha correndo!” Aliás, na escola, assim como em todas as escolas, os anúncios eram divididos em grupos: os All-types com títulos maravilhosos, os anúncios com tratamento de imagem incríveis, tinha os que faziam rir e os que faziam chorar. Mas todos tinham uma sacada genial, um slogan marcante e eram ótimos em português e educação física. Menos o anúncio de varejo.
Ele tinha tudo pra ser problemático, virar um depressivo, alcoólatra ou psicopata. Mas não. O anúncio de varejo seguia a sua vida berrando para alguém vir correndo aproveitar a queima de estoque. “É só até este fim de semana!!!” , gritava ele há umas 3 semanas. Porque era isso o que ele era, um anúncio de va-rej-jo. Escandaloso, repetitivo e com a marca do cliente quase do tamanho do produto. O anúncio de varejo nunca ganhou um prêmio, nunca viajou pra França e nem teve ninguém brigando a cotoveladas para assumir a paternidade. Mas não foi para nada disso que ele foi criado. Ele nasceu para aparecer e vender. E quer saber de uma coisa? Isso ele sabia fazer muito bem.
Texto escrito por Priscila Midori – Redatora da Ação Propaganda
(VOX NEWS) 16/01/2007
Texto proposto em aula pela queridíssima Patrícia Ceolin
Postado por @brunocamps
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